Analfaburros
Job, networking, brainstorm, prospect, coffee-break. O mundo corporativo está cheio de exemplos lúdicos da idiotice humana: o que mais poderia explicar esse impulso incontrolável de executivos e almofadinhas em geral de utilizar palavras gringas — preferencialmente em inglês — no dia-a-dia de trabalho?
Mas a lista não pára por aí. Conhece o verbo startar? E o substantivo coach?
Uns dias atrás, estava eu, marotamente, redigindo mais um texto a trabalho em minha baía. Foi então que, repentinamente, meus ouvidos foram premiados pelo verbete Draft, que em inglês significa rascunho. Não me contive, e na hora fui a minha colega de trabalho para questioná-la sobre o significado de Draft.
Curiosamente, a meliante que proferiu esse crime estava se referindo a....rascunho. Não menos curiosamente, ela não soube explicar o motivo pelo qual usou um termo em inglês para falar algo que possui um eqüivalente em nosso idioma.
Penso que isso ocorre porque o português é um idioma brega e fora de moda.
Um dia, escritores como Camões, Machado de Assis e Guimarães Rosa tentaram valorizar o idioma luso. Eles tinham algo em comum: todos sofriam, em maior ou menor grau, da síndrome de Aldo Rebelo.
Mas isso foi há muito tempo. Hoje em dia, as regras da pós-modernidade e da boa servidão ao capital recomendam que o correto é ruminar meia-dúzia de sílabas no idioma bretão - esta sim uma fala requintada e de boa feição vernacular.
Insistir em speak a língua-mãe é sinal de falta de approach. Ninguém sobe na vida assim.
Mas a lista não pára por aí. Conhece o verbo startar? E o substantivo coach?
Uns dias atrás, estava eu, marotamente, redigindo mais um texto a trabalho em minha baía. Foi então que, repentinamente, meus ouvidos foram premiados pelo verbete Draft, que em inglês significa rascunho. Não me contive, e na hora fui a minha colega de trabalho para questioná-la sobre o significado de Draft.
Curiosamente, a meliante que proferiu esse crime estava se referindo a....rascunho. Não menos curiosamente, ela não soube explicar o motivo pelo qual usou um termo em inglês para falar algo que possui um eqüivalente em nosso idioma.
Penso que isso ocorre porque o português é um idioma brega e fora de moda.
Um dia, escritores como Camões, Machado de Assis e Guimarães Rosa tentaram valorizar o idioma luso. Eles tinham algo em comum: todos sofriam, em maior ou menor grau, da síndrome de Aldo Rebelo.
Mas isso foi há muito tempo. Hoje em dia, as regras da pós-modernidade e da boa servidão ao capital recomendam que o correto é ruminar meia-dúzia de sílabas no idioma bretão - esta sim uma fala requintada e de boa feição vernacular.
Insistir em speak a língua-mãe é sinal de falta de approach. Ninguém sobe na vida assim.
4 comentários:
Como é bom ver pessoas tratando bem a Flor do Lácio!
Tem denominações piores ou então não leia o livro do Thomas nao sei das quantas do Catho.
Ih, mas isso faz tempo mesmo, hehehe... É do tempo em que o Aldo Rebelo era um cara respeitável.
Velhos tempos.
Respondendo ao seu comentário nos meus pitacos: Aldo deixou de merecer meu respeito quando liderou o movimento a favor do aumento de 91% no salário dos parlamentares, no fim do ano passado. A proposta, felizmente derrotada pela opinião pública, era dele.
Abraço
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