Padrão Bobo de Qualidade
No Brasil, as telenovelas de maior audiência são produzidas e exibidas diariamente pela TV Globo. Na Venezuela, essa tarefa fica a cargo da rede privada RCTV. Mas parece que a brincadeira acabou — ao menos no país vizinho.
O governo venezuelano decidiu fechar a RCTV, alegando que o canal participara ativamente do golpe de estado perpetrado contra Chávez em 2002. A emissora, por sua vez, diz que esse é mais um intento totalitário do presidente, sem respaldo jurídico e institucional.
Com o fechamento da emissora, os telespectadores venezuelanos ficarão órfãos da novela de maior audiência no país, chamada "Mi Prima Ciela", conforme relata o Portal G1. Informação muito relevante essa, aliás.
A decisão, como não poderia deixar de ser, reverberou entre os senhores da mídia brasileira, que não param de tachar Chávez de ditador e autoritário.
O que não dizem é que a RCTV é uma concessão pública, cujo vencimento está previsto para o próximo domingo, dia 27 de maio. Esquecem de mencionar que Chavez foi eleito e reeleito em eleições democráticas — com 56% e 63% dos votos, respectivamente. Também venceu um referendo que pedia sua saída do poder.
Resumindo: é um presidente que conta com o mais amplo e legítimo apoio popular.
Levando em conta a atitude golpista da emissora, é obrigação do governo fechá-la. Ao apoiar abertamente a destituição do presidente venezuelano em 2002, o canal abriu mão de seu compromisso com a isenção, fundamental a qualquer meio de comunicação que usufrua, repito, de uma concessão pública.
Na imprensa brasileira, o debate — que nem debate é porque não ouve o contraditório — tem dois pesos e duas medidas.
A liberdade que a RCTV teve para atentar contra a representação política legítima da maioria dos venezuelanos pode existir, ok. Mas a liberdade de, legitimamente, não renovar uma concessão é sumariamente qualificada de ato totalitário por parte do governo.
Mas voltemos às novelas.
A partir do próximo domingo, os telespectadores terão de agüentar produções independentes e educativas ao invés de densas e aprofundadas esquetes de dramaturgia mexicana.
No entanto, quem sentir saudade ainda tem uma saída. Basta posicionar as parabólicas para a Terra de Santa Cruz e invejar o Padrão Bobo de Qualidade.
O governo venezuelano decidiu fechar a RCTV, alegando que o canal participara ativamente do golpe de estado perpetrado contra Chávez em 2002. A emissora, por sua vez, diz que esse é mais um intento totalitário do presidente, sem respaldo jurídico e institucional.
Com o fechamento da emissora, os telespectadores venezuelanos ficarão órfãos da novela de maior audiência no país, chamada "Mi Prima Ciela", conforme relata o Portal G1. Informação muito relevante essa, aliás.
A decisão, como não poderia deixar de ser, reverberou entre os senhores da mídia brasileira, que não param de tachar Chávez de ditador e autoritário.
O que não dizem é que a RCTV é uma concessão pública, cujo vencimento está previsto para o próximo domingo, dia 27 de maio. Esquecem de mencionar que Chavez foi eleito e reeleito em eleições democráticas — com 56% e 63% dos votos, respectivamente. Também venceu um referendo que pedia sua saída do poder.
Resumindo: é um presidente que conta com o mais amplo e legítimo apoio popular.
Levando em conta a atitude golpista da emissora, é obrigação do governo fechá-la. Ao apoiar abertamente a destituição do presidente venezuelano em 2002, o canal abriu mão de seu compromisso com a isenção, fundamental a qualquer meio de comunicação que usufrua, repito, de uma concessão pública.
Na imprensa brasileira, o debate — que nem debate é porque não ouve o contraditório — tem dois pesos e duas medidas.
A liberdade que a RCTV teve para atentar contra a representação política legítima da maioria dos venezuelanos pode existir, ok. Mas a liberdade de, legitimamente, não renovar uma concessão é sumariamente qualificada de ato totalitário por parte do governo.
Mas voltemos às novelas.
A partir do próximo domingo, os telespectadores terão de agüentar produções independentes e educativas ao invés de densas e aprofundadas esquetes de dramaturgia mexicana.
No entanto, quem sentir saudade ainda tem uma saída. Basta posicionar as parabólicas para a Terra de Santa Cruz e invejar o Padrão Bobo de Qualidade.
2 comentários:
Enfim, concordamos em alguma coisa! Hehehehe.
Belíssimo texto. Assino embaixo.
E já respondi ao seu comentário lá nos meus pitacos. Abração!
O que seria da minha vida sem a Globo? Eu não poderia mas ver o... O... Tem também aquele... Um programa fundamental, o...
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