Em 1989
Em 1989 teu pai gastava duas horas por dia na padaria, o Lula ainda era contra o FMI e a Seleção não sabia o vexame que ia dar na Copa do ano seguinte.
Nesse mesmo ano mágico, o Diego celebrava seu terceiro aniversário numa garagem da Luis Sérgio Person, zona norte de São Paulo.
Por trás da lona preta, começava o canto do parabéns, em meio àquele exagero todo de pão com carne-louca, doces às pencas e refrigerante Crush (era um de laranja; e pára de mentir porque NINGUÉM lembra dele).
Enfim, aquela cena dantescamente pobre:
- Parabéns pra você!, nesta data querida!, muitas fe-li-ci-da-des, muitos anos de vida! Êeeeeeeeeeee!
Mas, como diria o filósofo Mané Garrincha, faltou combinar com os russos. Não perguntaram pro Diego se ele gostava mesmo da hora do parabéns:
- VAI TODO MUNDO EMBORA DA MINHA FESTA!
De lá pra cá, acabou a fila do pão, o Brasil levou duas Copas e o Muro de Berlim caiu - e caiu de uma tal maneira que o Lula até virou Presidente.
Já o Diego...