quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um dia para ser esquecido

Olhava-se no espelho com uma pergunta incômoda: como conciliar razão e emoção? De soslaio, como se o demônio de consciência o espreitasse, fitava o redor e repetia, como um mantra de livro de auto-ajuda: como conciliar razão e emoção? Não tinha certeza, mas acreditava que a essa resposta chamavam de felicidade. Carregava em si a culpa do mundo, embora se sentisse injustiçado por uma sensação que não merecia. Pensava, pensava, pensava. Para ele, a auto-crítica era um processo transcendente. Para pior. Tinha vergonha de admitir, mas sofria. E muito. Não queria ser visto como um fraco, logo quem, num exercício prático da razão, definia de antemão seus passos rumo à.... o que mesmo? Não importava; a essa altura, enquanto o relógio batia sonolento à beira da cama, queria mesmo era estatelar-se em meio às cobertas para sorrir sob o sol gelado do mês de julho. Amor. Felicidade. Abstrações do coração de um homem cuja cabeça vazia nunca desistira de encontrar.

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